Sereno e belo como o céu
Não será o nosso amor
Ele virá coberto de cinzas
E trará nas mãos golpes de dor
Será amargo com princípios doces
Será sonhador com fogos de ilusão
Ele virá para calar o estar só
Mas não significa que não trará solidão
Sorrisos que choram
Mãos que se dão
Corpos que se entregam
Só não chega ao coração
Egoísta e vaidoso
Assim será o nosso amor
Mas terá a sutileza dos sentimentos nobres
Ânsias de luxuria vindas do seu frescor
Descobertas que sangram
Feridas ignoradas
O tempo que tudo cura
O mal que sempre se renova
Feliz e suave
Até será a tua chegada
Mas desde sempre anunciando
A partida tão temida
- o mal enraizado;
A sentença - o sofrimento
Amanhã – só incerteza
Covardia – o meu tormento
O agora – mera proeza.
Nosso amor é tão amante
Com vestes negras - nas mãos as flores
E em mim já és tão constante
Em um manto transparente – mas com mil cores
Melodia triste
De uma antiga canção
Mas a graça em si existe
Na beleza trágica da emoção
E o meu corpo será o seu corpo
No instante do morrer
Pois não há vida, não há nada
Se em mim não há você
Espasmos de alegria
Encoberta de tristeza
Marasmos de ousadia
Desafios tão banais
E quem se importa com o amanhã
Se o hoje existe – e nem é triste
Quem se importa com a realidade
Se sonhar é bom, se há intensidade
E qual a hora de dizer adeus
Onde estão as marchas fúnebres
A que horas nossos corpos serão enterrados
Quem dirá o momento de estarmos separados ...
Por que tanta importância
A termos de pura relevância
Se o que vale é o aqui, somos nós
Deixe que falem os nossos lençóis
O nosso amor é mesmo ousado
E contra tudo, contra todos
Nos mantém lado a lado
Não como dois que procuram ser um
Mas como um que insiste em ser dois ...
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